Do que é feito um ídolo? Meus ídolos tem em comum o humano, exceção feita ao Madiba, enviado pra essas terras por engano. Meu pai, meu sogro, Juca Kfouri, Antero Greco, José Trajano, Oskar Schindler, Erasmo de Rotterdam, Patch Adams, Bola, Rafa, Eric, Clint Eastwood, Rubem Alves, São Marcos goleiro/padroeiro, Albert Camus, Raul Seixas, Milton Nascimento, o Sócrates grego e o Sócrates brasileiro.
Qual a função do ídolo? Ele conforta, norteia, alegra. É lembrar desses caras e sorrir, chorar, dependendo a lembrança. Sempre lá, em cada passo dado, caminho bifurcado, calafrio suado. Eu não gosto de futebol. Eu sou futebol. Toda minha analogia (ou única) pertence à ele. Não sei sentir, pensar de outro jeito. Vida vai bem tô fazendo gol, dando passes, sou capitão. Vida que vai mal é final perdida, choro de torcida, juiz ladrão. De pequeno, todas vontades frustradas, palmadas, não foram nada, nada! comparado ao gol de empate da Holanda em 94. Aquilo sim foi cair mundo, perder rumo. Devo minha vida ao Branco.
Pra que ter ídolo? Pra ter sentido. Ter comparativo, ser coletivo. O Futebol. Tem sentido. Gente sentindo, é coletivo. Você gosta de bola? gosta mesmo? quer ter a certeza que a tua tristeza é dos outros? assista o esquadrão brasileiro em 82. Meu Deus! meu mundo sem a copa de 82...
Quem era o Sócrates? Senhor jogador, senhor humano. Sábio, sábio demais. Jogando, agindo, falando. Coletivo ao extremo. Sabe, quando eu o via na tv cultura com aquela cara de pinguço, no trato com as pessoas, eu sorria. Pensava: - Porra, o cara jogou tudo aquilo, foi gênio da raça, ídolo do povo, e trata os outros com amor, com carinho, se preocupa. Que lindo que ele é. O nosso é melhor que o grego, pensa sem e com a bola. Você gosta de gente? gosta mesmo? quer um belo exemplar? conheça o Sócrates. O brasileiro Sócrates. Meu Deus! meu mundo sem o Sócrates...
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
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