sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Palavra encantada


Documentário lindo, que me deu um orgulho de ser daqui, além de fortificar ainda mais a urgência de conhecer, de buscar e rebuscar, porque o mundo é coisa muito grande, tão grande quanto o Brasil.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A copa mais injusta

Desculpe garoto, mas a chuva púrpura me pegou

E saí por aí, tirando sonho do papel, gastando o que não tinha, com violão e tênis à prestações, de papo bebendo com gente minha, correndo feito camelô na hora do rapa, com a cabeça cheia de genéricos e regra de três, culpa da farmacologia. E eis que juntando tudo isso a tua companhia, sinto que isso é vida, a ponto de nesta exata hora ver os jacarézinhos voando, bem aqui em cima.

*Alligator lizards in the air, in the air!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tão fudendo com o porco

O Palmeiras levou um espanco do São Caetano no parque antártica ontem (novas!). A diretoria se reuniu hoje a tarde pra decidir o futuro do futebol do clube, pois as coisas não podem ser resolvidas de cabeça quente. Palavras do presidente. Resultado da reunião: demitiram o Muricy, um cara rabugento e chato, porém decente, muito decente, sem dizer que manja de bola. Contrataram o Antonio Carlos Zago, ex-jogador e recém treinador. Esse mesmo, o Zago que era zagueiro, zagueiro e racista, que xingou uma rapa de jogador negro, o mesmo sem vergonha discipulo do Luxemburgo, sem vergonha mor. E eu quero que se foda se ele é bom técnico ou não, eu quero é o Muricy de volta, o Marcão, Pierre, Diego Souza e Claiton Xavier cercados de jogadores que tenham as duas pernas pelo menos, o Beluzzo nosso presidente que é um cara gente boa de verdade enxergando as cagadas e fugindo da vala comum, porra, eu só queria decência, pelo menos no Parmera.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

No tempo certo

Hoje eu - na verdade foi o pai - acertou o horário do relógio de parede da cozinha.
Mania desse porra sempre dizer que estou atrasado.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Marvin, o fodão







Dos abraços

A função da arte/2

O pastor Miguel Brun me contou que há alguns anos esteve com os índios do Chaco paraguaio. Ele formava parte de uma missão evangelizadora. Os missionários visitaram um cacique que tinha fama de ser muito sábio. O cacique, um gordo quieto e calado, escutou sem pestanejar a propaganda religiosa que leram para ele na língua dos índios. Quando a leitura terminou, os missionários ficaram esperando.
O cacique levou um tempo. Depois, opinou:
- Você coça. E coça bastante, e coça muito bem.
E sentenciou:
- Mas onde você coça não coça.



A Pequena Morte

Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por encontrar-nos e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce.



O Medo

Certa manhã, ganhamos de presente um coelhinho das Índias.
Chegou em casa numa gaiola. Ao meio-dia, abri a porta da gaiola.
Voltei pra casa ao anoitecer e o encontrei tal e qual o havia deixado: gaiola adentro, grudado nas barras, tremendo por causa do susto da liberdade.

* O livro dos abraços, Eduardo Galeano