Não desvie o foco

- Tem transplante de fígado?
- Se você beber só de sexta, sábado e domingo, e não consumir bebida alcoólica nos outros dias da semana, o fígado tem o poder de se regenerar e quando chega a outra sexta feira ele está inteiro de novo. Mas só se você beber os finais de semana.
- Ahn...mas diz aí, tem transplante de fígado?

Bom mesmo

É não saber que ele tá vindo. Entope e pronto! tá varado, e infartado.

O retorno

1º minuto - Um pique, se posicionou em campo.
3º minuto - Passe errado, falta de ritmo.
4º minuto - Roubada de bola, puxou um contra ataque.
7º minuto - Gingou na frente do marcador e bateu no contrapé do goleiro, golaço.
9º minuto - A contusão. Possivel inflamação no vasto lateral da coxa. Sem previsão de retorno.

E foi assim o retorno do craque após 5 meses. Choro na arquibancada, repórteres de campo com as mãos na cabeça sem acreditar na ironia. A festa foi adiada. Os deuses do futebol lamentam.

Conclusões semanais

É ridículo perder meia hora procurando palavras que agradem o COREN numa anotação de enfermagem enquanto um nenê convulsiona e outro é transferido para outro hospital afim de fazer uma colostomia. Meu curso é técnico, é técnico! deixem eu meter a mão, imploro.
Meus dois melhores amigos me deixam sempre com a mesma sensação, a de que tinhamos ainda mais pra conversar. Sempre.
Não ficar bebado no sábado e conseguir acordar cedo no domingo, arrumar a cama e esperar o almoço da mãe ficar pronto, é capaz de amenizar toda a raiva dos dias anteriores causada pela falta de tempo e calma de se fazer o que deve ser feito. Continuo não fazendo no domingo, mas a mãe tá no fogão, o pai tá largado na sala e as cachorras babam em mim, Caetano canta no media player e eu jogo winning eleven no pc. Fumo, bebo uma latinha e acho que a vida tinha que ser assim sempre.
E você, é muita coisa, muita mesmo.
Eu quero que o sistema caia. Comigo no meio, se possivel.

Nem o calmo é calmo nessa porra

E você cú de flecha, quer um carro quando completar 18.

O sistema é mau

Mas minha turma é legal, e a Lilian, bibliotecária foi demitida. Ela me conhece desde pequeno, ela que me arrumou o emprego. Ela trabalhava feito uma égua e não tirava a cabeça de lá nem quando estava em casa. Pedimos muito pra ela mudar isso. Aquilo lá é qualquer coisa menos uma faculdade, uma biblioteca. Aquilo, igual a todo o resto, é empresa. E empresas não se importam com pessoas. Contenção de gastos, é a justificativa. Lucro é o que importa. Cansei. Mas cansei mesmo. De presenciar tristeza alheia por causa dessa bosta de empresa. Empresa no sentido amplo que carrega, seu emprego, seus horários, suas contas, e mais um monte de seus chatos e dispensáveis num mundo sadio. Nesse nosso doente são prioridades. Sempre pensei em chutar toda essa porra, mas não tanto quanto ultimamente. A Lilian é um doce, e as empresas são uma bosta. Sorte (do sistema) que eu tenho vocês, sorte dele que eu tenho a garantia que um dia vamos nos abraçar, e pra que isso aconteça eu (ainda) preciso dele pra fazer um filme...

O virtual não afaga

Bebi um pigado. Abri as janelas e liguei os computadores. Pensei em você. Atendi, digitei, reiniciei. O pc. Carreguei 44 caixas de livro. Descarreguei as 44. Cheguei em casa. Não me importei com o celular. Fiquei sabendo. Sentei na cama. O tio chamou. Ajudei o tio. Fumei um cigarro. Comi. Quis te abraçar. Fiz o trabalho da escola. Tocou a mesma música sem pausa. Fui pra escola. Voltei da escola. Torci. E continuo torcendo para que você esteja sendo abraçada. Agora. E sempre.