sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Roteiro

Igual o dia que tirei o meu fone esquerdo do teu ouvido ao perceber que você já dormia. Tocava Coldplay. Agora pouco meu pai abriu a porta do quarto e disse de sorriso largo que a mãe fez arroz doce, mas que não é pro meu bico. Dei risada, e tive a mesma sensação daquele dia.
Vez ou outra Deus dá a chance de nós assistirmos o nascimento da memória eterna, meio como quem diz: - Você sabe que nunca mais irá esquecer isso, né?
E afirmando com a cabeça e cara de bobo, a gente concorda.

2 comentários:

Eduardo Araújo disse...

Dudz, eu sei como é isso. Eu chamo de "momento mágico". Não precisa ser nada grande demais, extraordinário demais, mas algo pequeno que a gente saca no ato que é um momento único e nos avassala uma grande felicidade. Deve ser o bliss, que os americanos dizem que é intraduzível. Clarice Lispector e Guimarães Rosa chamavam de epifania. Quando isso acontece, respiro fundo, e penso, que se tiver aquele filme na hora da morte, essa cena certamente vai ficar em primeiro plano.

Felicidade a gente encontra em horinhas de descuido (G.Rosa)

paulete miletta. disse...

arrepio.sorriso.lágrima nos olhos.