domingo, 21 de setembro de 2008

Não me(te) ensinaram a fracassar

Na escola você tem que ser alguma coisa que dê ibope, fama, ou você é comedor, ou ladrão ou rico e tem um monte de coisa material que é de interesse geral, isso vai te trazer a admiração dos moleques e das meninas, adolescente que não tem um carro supimpa e já sabe aos 17 anos o que vai cursar na faculdade (a hipótese de não querer cursar uma não existe) é invisível aos olhos da maioria.
20 e poucos e se você não anda com um monte de prata pendurada no pescoço e frequenta todas as malditas ''baladas'' mais badaladas você é um jeca de bosta que não cheira nem fede, e por aí vai...
Na meia idade se não tiver casado e com os filhos ''encaminhados'' na vida você é um traste, um puta dum bosta que não serve nem de mau exemplo, falta bastante pra você chegar lá e ser um mau exemplo, você é muito pior do que isso.
E nem pense em não ter paixão por carro ou ''ménage à trois'' que o assunto na roda vai parar na hora e todos irão te olhar como se um marciano (no caso você) tivesse pousado a poucos minutos e se intrometido na conversa alheia.
Aí o que acontece quando o energumeno insiste em não concordar com essa cartilha universal que algum puto criou e que é passada de geração pra geração ? Em muitos casos TRISTEZA, triste todo mundo fica né, não é exclusividade de ninguém, certo..., mas tem pessoas e pessoas e cada uma reage de um jeito, quando penso em depressão acho que ela atinge quase todo mundo, mas cada um leva ela de um jeito, tem gente que ela é mais fraca, tem gente em que ela é esporádica, e tem gente que tem ela mais presente que são os casos mais delicados e que a gente tem que cuidar mais de perto.
No meu caso a coisa toda nunca foi bem desse jeito, lógico que já fiquei triste, e não foi uma vez só não, foi um monte, desde a juventude, mas quando penso nisso tudo e lembro dos dias que fiquei bem triste e que a coisa parecia que não ia passar nunca eu lembro de como DEUS me abençoou colocando gente na minha vida que soma demais, e eu não sei explicar porque tem pessoas que não tem o mesmo privilégio, isso mesmo, privilégio, eu considero isso a minha maior riqueza e sei que foi por esse presente constante que eu ganhei e tenho é que pra mim tudo isso que eu falei lá em cima não foi tão pesado, apesar de todas essas coisas eu sou mó feliz, triste também como um monte de gente, mas dei e dou muita risada com gosto, amo muita gente e sei que tem muita gente que me ama, aliás só pra registrar esse presente que eu tenho tem nome, nomes que são esses: MEU PAI, MINHA MÃE, MINHA IRMÃ, RODRIGO, BOLA E ERIC só pra ficar nos mais especiais porque tem mais gente ainda que ajuda bastante.
E porque eu falei disso tudo ? É que eu ainda não peguei no sono desde ontem e deitado na cama lembrei de uma menina que eu namorei quando tinha 21 anos e ela 19. Eu gostava bastante dela mas acabou que não deu certo, e isso é o de menos porque eu tô legal e consegui esquecer ela faz tempo, é que não sei por que lembrei de uma coisa que ela me disse uma vez, ela era bem fechada, ás vezes dava a impressão que ela não queria carinho, não que não gostasse, só não estava acostumada, e ela pirava na Malhação da rede globo e toda aquela mentiraiada, aí você poe The O.C e essas tranqueiras do genêro, e ela queria ter aquela vida de verdade, só que a vida dela lógico que era outra, porque pelo menos no meio que eu vivo nunca conheci ninguém que vivesse mentira parecida com aquela que a gente assistia, e como o pai dela não podia dar todas as paradas que ela queria, e que o mundão não é aquela maravilha leve de sempre que no final é só entrar na roda gigante e lascar um beijo na periglota que tá tudo certo, ela era frustrada, e eu lembro até hoje a cara de desespero dela quando me disse chorando uma vez que estavamos discutindo que não se imaginava com 30 anos, e eu pensando nisso agora na cama falei pra mim mesmo e pra DEUS, puta merda que tristeza isso ! Porque a vida é foda memo, e se a gente não sonhar, projetar alguma coisa na cabeça (pelo menos comigo é assim) não guenta não ! E não esses sonhos individualistas e mentirosos de merda que enfiam na nossa guela desde sempre junto com a porra da cartilha citada acima, um real de verdade, que cabe no nosso mundo, no nosso bairro, no nosso meio, no que é verdadeiro.
Se um dia eu encontrar com ela de novo e tomara que isso aconteça, eu vou perguntar pra ela se ela consegue se imaginar com 30 anos hoje, torcendo pra resposta ser SIM.

2 comentários:

Marcela Prado disse...

Na verdade eu não me imagino com 30 anos tbm, e acho bom, sabe? Pq o que eu imaginava para 25, 26, não é nada do que eu sou agora.

.leticia santinon disse...

Eu me imagino com 30, aliás, tá bem perto já...ai ai...to ficando uma velha coroca mesmo.

Eu amo você!